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Em ano difícil para a sua produção, indústria pernambucana espera recuperação em 2022
O desempenho do setor industrial de Pernambuco em 2022 deve seguir o que já projetavam os economistas no começo do ano. O segmento do Estado deve registrar queda no encerramento do ano, já que, no acumulado de janeiro a outubro, a produção industrial caiu 2,9%. Fatores como inflação, guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a dificuldade em conseguir matéria-prima estão entre os maiores vilões do setor produtivo ao longo deste ano.
Dados da Produção Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) do mesmo período apontam que os setores que puxaram esse resultado para baixo foram Produtos de Metais (-23,8%), Produtos Têxteis (-21,3%) e Fabricação de Máquinas e Aparelhos Elétricos (-20,2%). “Isso se justifica porque se trata de produtos que não são a primeira necessidade das pessoas. Sem falar que, para produzi-los, as indústrias teriam muita dificuldade em encontrar insumos e matérias-primas, em virtude da escassez ou do seu alto custo”, disse o economista da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Cézar Andrade.
O economista relembra que havia uma expectativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de que esse cenário se revertesse no segundo semestre, o que não aconteceu. “Na Sondagem Industrial, inclusive, os empresários relatam que essa ainda está entre as maiores dificuldades, correspondendo a 37,5% das reclamações, ficando atrás apenas da inadimplência dos clientes, com 43,8%”, explicou.
Por outro lado, quando analisados os setores que registraram os melhores desempenhos, observam-se que os de Alimentos, Higiene e Produtos de Borracha e Materiais Plásticos tiveram uma importante atuação, com elevações de 6,6%, 6,7% e 6,4%, respectivamente. “Quando avaliamos todos esses dados, vemos que as pessoas priorizaram consumir o que é essencial, sobretudo alimentação”, comentou.
Numa análise macroeconômica, o Andrade disse que, embora houvesse algumas ressalvas com relação ao resultado de 2022, por se tratar de um ano eleitoral, havia uma expectativa de que fosse, no geral, um ano melhor, já que o País estava saindo de uma pandemia e retomando suas atividades. “No entanto, surgiu a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, um fato novo que impactou nos preços das commodities e encareceu algumas matérias-primas e elevou o custo do petróleo – que inflacionou a gasolina e, por consequência, o frete, o que fez sentir bastante o custo logístico das empresas”, justificou.
EMPREGO X DESEMPREGO
Pernambuco ainda segue como um dos estados com a maior taxa de desocupação do País. O resultado mais recente, do 3º trimestre de 2022, aponta uma queda de 17% para 13,1%, na comparação com o 1º trimestre do ano. Mesmo com esse leve decréscimo, o Estado ainda apresenta a segunda maior taxa, atrás apenas da Bahia (15,1%).
Com relação aos empregos formais, a indústria pernambucana gerou 6.070 postos entre janeiro e setembro deste ano. Com o resultado da Construção Civil, esse montante vai para 14.719. Com esses números, o setor produtivo figura como responsável por 12,1% dos empregos gerados no Nordeste, perdendo apenas para a Bahia, com 41,3%, e para o Ceará, que tem 17,6% dessa fatia. No geral, o Brasil criou 660.652 vagas formais, e o Nordeste 122 mil.
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