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jan 22, 2024

Opinião: Ano pode ser propício para a indústria, mas depende de alguns fatores

Mesmo depois de a produção industrial pernambucana ter acumulado um crescimento de 0,9% de janeiro a novembro de 2023 – dado mais recente disponibilizado pelo IBGE –, o comportamento ainda é insuficiente perto do necessário para reverter o quadro de estagnação do segmento local. O setor precisaria de um crescimento sustentado para superar os anos da pandemia e a expectativa é que esse cenário comece a se desenhar este ano, quando teremos mais tendências macroeconômicas favoráveis.

Diante disso, precisamos colocar uma lupa no que está por vir e no que poderá beneficiar o crescimento da indústria no País e no Estado. Os programas de incentivo ao consumo, a exemplo do Desenrola, os programas de renegociação de dívida e a redução da taxa Selic podem contribuir para que o mercado fique mais propício aos investimentos.

O estímulo ao consumo e, sobretudo, o afrouxamento da política monetária – pleito da CNI desde 2022 – poderão ajudar a derrubar barreiras que foram erguidas desde os tempos mais duros da pandemia, a exemplo da dificuldade de acesso a crédito, que impactava os investimentos e, por consequência, a expansão dos empregos.

Um outro fator que poderá ajudar o nosso setor a retomar o seu avanço sustentável é a reforma tributária, aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro do ano passado. Ela, sem dúvidas, é a maior conquista do segmento nos últimos 30 anos. Quando for regulamentada, ao longo deste ano, a reforma poderá eliminar as distorções que reduzem a competitividade da indústria, como a cumulatividade, o acúmulo de créditos tributários, a oneração dos investimentos e das exportações e os custos dos tributos.

É uma mudança que, além de fazer com que o País cresça mais, vai promover a neoindustrialização da economia brasileira. No entanto, neste ano, teremos que acompanhar o processo de regulamentação e tudo o que isso poderá impactar na indústria pernambucana. A FIEPE estará, juntamente com a CNI, acompanhando as leis complementares para que nada do que foi conquistado até agora seja desconsiderado.

No entanto, há pontos sensíveis que podem comprometer esse movimento, como a reoneração da folha de pagamento, que gera insegurança jurídica, e o aumento do ICMS pelo Governo de Pernambuco, deixando o nosso Estado com o segundo maior imposto do País. Vale destacar que essas temáticas vêm sendo trabalhadas pela FIEPE, junto com a CNI, para rever a situação junto ao Governo Federal, e por meio do diálogo com o Governo do Estado, respectivamente. Afinal, se não houver uma reavaliação desses pontos, o impacto vai ser direto na cadeia produtiva e na população, que sentirão os efeitos na redução do consumo e na inflação.

 

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